domingo, 26 de setembro de 2010

7 - Fontes de Pesquisa

                           a) –  A Morte do Lidador
                               por Alexandre Herculano
                               Editora -  Logos S.Paulo

                        b) –  Dicionário da História de Portugal
                                por Joel Serrão
                                Editora -Iniciativas Editoriais
       
                        c) –  História de Portugal
                                por Ângelo Ribeiro
                                Editora – Quidnovi

                        d) –  Goncalo Mendes da Maia – O Lidador
                                por Mª José Meireles
                                Editora – Campo de Letras

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

6 - A Morte do Lidador

Num dia longínquo de 1170, Gonçalo Mendes da Maia, decidiu celebrar os seus 95 anos com um ataque ao famoso mouro Almoleimar.
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Da cidade de Beja saiu o Lidador naquela manhã com trinta cavaleiros fidalgos e trezentos homens de armas, sabendo de antemão que o exército de Almoleimar era muitas vezes superior.
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Perto do meio-dia, pararam os cavaleiros para descansar perto de um bosque onde emboscados aguardavam os mouros. A primeira seta feriu de morte um guerreiro português, o que fez com que o exército cristão se pusesse em guarda. Frente a frente se mediam a destreza e perícia árabes, invocando Allah, e a rudeza e força cristãs, clamando por Santiago.
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A batalha começou e ambos os exércitos se debateram com coragem, até que num dado momento Gonçalo Mendes e Almoleimar cruzaram espadas em cima dos seus cavalos.
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- Brando é o teu escudo, velho infiel; mais bem temperado é o metal do meu arnês. Veremos agora se na tua touca de ferro se embotam os fios dêste alfanje – disse Almoleimar, dando uma risada, e a volteou a cimitarra.
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Um dos vários golpes desferidos atingiu Gonçalo Mendes que, mesmo ferido, atacou com raiva Almoleimar, que ripostou. O fronteiro vacilou, deu um gemido, e os braços ficaram-lhe pendentes: a espada ter-lhe-ia caído no chão, se não estivesse prêsa ao punho do cavaleiro por uma cadeia de ferro. O ginete, sentindo as rédeas frouxas, fugiu um bom pedaço pela campanha, a todo o galope.
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Mas o Lidador tornou a si: um forte puxão nas redeas avisou o ginete de que seu senhor não morrera. À rédea sôlta, lá volta o fronteiro de Beja; escorre-lhe o sangue, envolto em espuma, pelos cantos da bôca: traz os olhos torvos de ira: ai de Almoleimar!
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O resultado foram dois golpes fatais, um dos quais matou o mouro e outro que deixou Gonçalo Mendes Maia ferido de morte.
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O Lidador, moribundo, perseguiu com os seus homens os mouros que debandavam em fuga até que o esforço de um último golpe sobre um cavaleiro árabe lhe agravou os ferimentos.
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O Lidador caiu morto na terra juncada de mais de mil corpos inimigos.
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Os cerca de sessenta cristãos sobreviventes celebraram com lágrimas esta última vitória do Lidador. Um sacerdote templário disse em voz baixa as palavras do Livro da Sabedoria: "As almas dos justos estão na mão de Deus e não os afligirá o tormento da morte".




5 - A Conquista de Óbidos - A Lenda da Porta da Traição

Numa noite sem luar, cercava o exército de D. Afonso Henriques a fortaleza de Óbidos onde os mouros resistiam já há cerca de dois meses.
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D. Afonso Henriques e Gonçalo Mendes da Maia, o Lidador, tinham decidido que o ataque seria realizado na madrugada do dia seguinte.
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Dormia já o Lidador quando foi acordado por uma voz de mulher que lhe pedia para ser conduzida à tenda do rei de Portugal, pois tinha algo de importante a comunicar-lhe. A jovem vivia no castelo dos mouros mas não sabia se era moura porque nunca tinha conhecido os seus pais.
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Temendo uma cilada dos mouros, foi com alguma relutância que o Lidador a conduziu à presença do rei, perante o qual a jovem revelou o sonho que se repetia há três noites.
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Neste sonho, aparecia-lhe um homem novo de barbas castanhas e olhar doce que a incumbiu de transmitir uma mensagem para o rei de Portugal: o rei deveria reunir os soldados e liderá-los num ataque surpresa na parte fronteiriça do castelo, enquanto que o Lidador se deveria dirigir com dez homens às traseiras onde a jovem donzela abriria uma porta para os deixar passar.
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O homem de olhar doce prometia Óbidos aos cristãos e a salvação à jovem donzela. Apesar da hesitação do Lidador, D. Afonso Henriques já não se atrevia a duvidar dos desígnios divinos após o Milagre de Ourique. Na manhã seguinte, Óbidos foi conquistada conforme o sonho da misteriosa jovem que nunca mais foi vista.
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A porta que franqueou a entrada dos cristãos ficou para sempre conhecida como a Porta da Traição.

4 - Torneio de Arcos de Valdevez

O Torneio dos Arcos de Valdevez teve lugar no início de 1140, na chamada "Veiga da Matança", nas margens do rio Vez, afluente do rio Lima ,próximo de Arcos de Valdevez, quando D.Afonso Henriques, após a vitória na batalha de Ourique (1139), onde derrotou os cinco reis mouros, teve que voltar ao norte, visto que as forças de Afonso VII de Castela entraram em terras portuguesas, arrasando os Castelos à sua passagem, descendo as montanhas do Soajo em direção a Arcos de Valdevez.
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Perspectiva-se uma luta terrível entre as hostes Portuguesas e de Castela devido aos efectivos que estavam em confronto. Para evitar a batalha campal, os reis de Portugal e de Castela decidiram que fossem selecionados os melhores cavaleiros de ambos os lados para lutarem entre si numa justa, conforme o uso na Idade Média. Entre os cavaleiros de nomeada, estava Gonçalo Mendes da Maia, o Lidador.
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Cavaleiros competiam individualmente e também em equipas. Eles duelavam entre si usando uma variedade de armas e em lutas de corpo-a-corpo com muitos cavaleiros de ambos os lados. Disputas envolvendo dois cavaleiros lutando com lanças se tornaram o principal evento.
.A sorte das armas pendeu para o lado português, tendo os cavaleiros derrotados ficando detidos, conforme o código da cavalaria medieval.
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Após o combate foi assinado um armistício entre D. Afonso VII de Castela e Leão e D. Afonso Henriques. Mas o acordo definitivo aconteceria três anos depois, na Conferência de Zamora, assistida por Afonso VII, Afonso Henriques e o enviado do papa. Afonso VII reconheceu aí Afonso Henriques como rei de Portugal.

3 - A Lenda da Batalha de Ourique

A Batalha de Ourique é um episódio simbólico para a monarquia portuguesa, pois conta-se que foi nela que D. Afonso Henriques foi pela primeira vez aclamado rei de Portugal, em 25 de Julho de 1139. Foi no campo de Ourique que se defrontaram o exército cristão e os cinco reis mouros de Sevilha, Badajoz, Elvas, Évora e Beja e os seus guerreiros, que ocupavam o sul da península.
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A lenda conta que um pouco antes da batalha, D. Afonso Henriques foi visitado por um velho homem que o rei já tinha visto em sonhos e que lhe fez uma revelação profética de vitória. Contou-lhe ainda que "sem dúvida Ele pôs sobre vós e sobre a vossa geração os olhos da Sua Misericórdia, até à décima sexta descendência, na qual se diminuirá a sucessão. Mas nela, assim diminuída, Ele tornará a pôr os olhos e verá." O rei deveria ainda, na noite seguinte, sair do acampamento sozinho logo que ouvisse a sineta da ermida onde o velho vivia, o que aconteceu.
O rei foi surpreendido por um raio de luz que progressivamente iluminou tudo em seu redor, deixando-o distinguir aos poucos o Sinal da Cruz e Jesus Cristo crucificado.
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O rei emocionado ajoelhou-se e ouviu a voz do Senhor que lhe prometeu a vitória naquela e em outras batalhas: por intermédio do rei e dos seus descendentes, Deus fundaria o Seu império através do qual o Seu Nome seria levado às nações mais estranhas e que teria para o povo português grandes desígnios e tarefas. D. Afonso Henriques voltou confiante para o acampamento.
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Reuniu os seus mais distintos cavaleiros entre eles Gonçalo Mendes da Maia, o Lidador a quem contou a aparição de que foi alvo, sinal que a batalha que se aproximava ia ser um êxito para as hostes cristãs.
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E, no dia seguinte, perante a coragem dos portugueses os mouros fugiram, sendo perseguidos e completamente dizimados, tendo o Lidador dado uma forte contribuição para o feliz desfecho.
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Conforme reza a lenda, D. Afonso Henriques decidiu que a bandeira portuguesa passaria a ter cinco escudos ou quinas em cruz representando os cinco reis vencidos e as cinco chagas de cristo, carregadas com os trinta dinheiros de Judas.

2 - A Batalha de Cerneja

Como represália pelo cerco a Guimarães, e com o desejo crescente de tendência, os barões portucalenses, entre os quais se encontrava Gonçalo Mendes da Maia sob o comando de Afonso Henriques, invadiram a Galiza. Iniciando a campanha por terras galegas, o monarca portugûes conquistou com certa facilidade Tui e Toronho.
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Invade as terras de Limia, assalta o Castelo de Alariz, e as sua tropas avançam em direcção ao rio Sil, pelas suas alcantiladas margens de difícil penetração, chegando a terras de Sarriá. Ao chegar ao lugar de Cerneja, depara-se com as hostes castelhanas afectas ao rei D.Afonso VII, comandadas por o conde de Sarriá, D.Rodrigo Vela e por o seu inimigo de longa data D.Fernão Peres de Trava.

Trava-se a peleja, onde uma vez mais a bravura dos portugueses foi posta à prova. Gonçalo Mendes da Maia, o Lidador, demonstra mais uma vez a sua valentia e a lealdade a D.Afonso Henriques, contibuindo para uma retumbante vitória sobre as tropas castelhanas.
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D. Rodrigo Vela foi preso, assim como alguns dos seus homens, contudo consegue fugir da prisão.
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Esta vitória sobre as tropas castelhanas levantou a moral às tropas portuguesas para novas conquistas e consolidação do condado portucalense.



1 - Gonçalo Mendes da Maia - O Lidador

Gonçalo Mendes da Maia era filho de D. Mem Gonçalves, chefe da casa dos Maias, e de D. Leodegunda Soares, a "Tainha", da casa dos Baiões. Nasceu na vila do Trastamires ,actual Maia.
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Valente cavaleiro do tempo de D. Afonso Henriques a que a tradição atribui feitos importantes na conquista da independência de Portugal. Era fronteiro de Beja, e julga-se que aí terá morrido em 1170, em luta contra os muçulmanos. Segundo alguns documentos, contava na altura noventa anos de idade.
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Na mocidade, por sua fidalguia e afinidade espiritual, tornou-se um dos maiores amigos do primeiro rei de Portugal. A vontade férrea de D. Gonçalo e suas inúmeras e épicas conquistas no campo de batalha – em que o risco à vida era o eterno desafiante – granjearam-lhe o cognome de "O Lidador".
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Com a vitória na batalha de São Mamede (1128), o infante Afonso Henriques e a nobreza local assumiram o poder no Condado Portucalense, expulsando do governo a condessa-mãe D.Teresa.
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Como represália pelo cerco a Guimarães, e com o desejo crescente de independência, os barões portucalenses, sob o comando de Afonso Henriques, e dos nobres cavaleiros , entre eles O Lidador, invadiram a Galiza, travando-se a Batalha de Cerneja (1137), onde as tropas galego-leonesas do conde Fernão Peres de Trava e de Rodrigo Vela, que apoiavam a D.Teresa e a nobreza galega, foram definitivamente vencidas.
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Consta que Gonçalo Mendes Da Maia, esteve presente na Batalha de Ourique com D.afonso Henriques de quem ouviu este contar a aparição que teve com Jesus Cristo crucificado.
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No ano de 1140 teve lugar possívelmente na chamada "Veiga da Matança", às margens do rio Vez, próximo a Arcos de Valdevez, quando D.Afonso Henriques, após a vitória na batalha de Ourique, rompeu a paz de Tui e invadiu a Galiza. Em resposta, as forças de Afonso VII rei de Leão e Castela entraram em terras portuguesas, arrasando os castelos à sua passagem, descendo as montanhas do Suajo em direção a Valdevez.
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Para evitar a batalha campal, foram selecionados os melhores cavaleiros de ambos os lados, um deles era Gonçalo Mendes da Maia, para lutarem entre si numa justa, conforme o uso na Idade Média. A sorte das armas pendeu para o lado português, tendo os cavaleiros leoneses ficado detidos, conforme o código da cavalaria medieval. Este episódio ficou conhecido como o Torneio de Arcos de Valdevez.
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Numa noite sem luar, cercava o exército de D. Afonso Henriques a fortaleza de Óbidos onde os mouros resistiam já há cerca de dois meses. D. Afonso Henriques e Gonçalo Mendes da Maia, tinham idealizado a estratégia para o assalto ao castelo.Dormia já o Lidador quando foi acordado por uma voz de mulher que lhe pedia para ser conduzida à tenda do rei de Portugal. Desta conversa resultou que a tomada do castelo de Óbidos se efectuasse por uma porta, que foi aberta e os cavaleiros portugueses entraram e tomaram facilmente conta do castelo.
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Este episódio, que se diz ser uma lenda, ficou conhecida como A Lenda da Porta da Traição.
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Num dia longínquo de 1170, Gonçalo Mendes da Maia, decidiu celebrar os seus 95 anos com um ataque ao famoso mouro Almoleimar. Da cidade de Beja saiu o Lidador naquela manhã com trinta cavaleiros fidalgos e trezentos homens de armas, sabendo de antemão que o exército de Almoleimar era muitas vezes superior. O encontro deu-se e frente a frente mediam-se a destreza e perícia árabes, invocando Allah, e a rudeza e força cristãs, clamando por Santiago. A batalha começou e ambos os exércitos se debateram com coragem, até que num dado momento Gonçalo Mendes e Almoleimar cruzaram espadas em cima dos seus cavalos.
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Um dos vários golpes desferidos atingiu Gonçalo Mendes que, mesmo ferido, atacou com raiva Almoleimar, que ripostou. O resultado foram dois golpes fatais, um dos quais matou o mouro e outro que deixou Gonçalo Mendes Maia ferido de morte. A luta continuou mas mais um golpe dado por um mouro, o Lidador caiu morto na terra juncada de mais de mil corpos inimigos. Um sacerdote templário disse em voz baixa as palavras do Livro da Sabedoria: "As almas dos justos estão na mão de Deus e não os afligirá o tormento da morte".