quarta-feira, 22 de setembro de 2010

1 - Gonçalo Mendes da Maia - O Lidador

Gonçalo Mendes da Maia era filho de D. Mem Gonçalves, chefe da casa dos Maias, e de D. Leodegunda Soares, a "Tainha", da casa dos Baiões. Nasceu na vila do Trastamires ,actual Maia.
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Valente cavaleiro do tempo de D. Afonso Henriques a que a tradição atribui feitos importantes na conquista da independência de Portugal. Era fronteiro de Beja, e julga-se que aí terá morrido em 1170, em luta contra os muçulmanos. Segundo alguns documentos, contava na altura noventa anos de idade.
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Na mocidade, por sua fidalguia e afinidade espiritual, tornou-se um dos maiores amigos do primeiro rei de Portugal. A vontade férrea de D. Gonçalo e suas inúmeras e épicas conquistas no campo de batalha – em que o risco à vida era o eterno desafiante – granjearam-lhe o cognome de "O Lidador".
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Com a vitória na batalha de São Mamede (1128), o infante Afonso Henriques e a nobreza local assumiram o poder no Condado Portucalense, expulsando do governo a condessa-mãe D.Teresa.
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Como represália pelo cerco a Guimarães, e com o desejo crescente de independência, os barões portucalenses, sob o comando de Afonso Henriques, e dos nobres cavaleiros , entre eles O Lidador, invadiram a Galiza, travando-se a Batalha de Cerneja (1137), onde as tropas galego-leonesas do conde Fernão Peres de Trava e de Rodrigo Vela, que apoiavam a D.Teresa e a nobreza galega, foram definitivamente vencidas.
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Consta que Gonçalo Mendes Da Maia, esteve presente na Batalha de Ourique com D.afonso Henriques de quem ouviu este contar a aparição que teve com Jesus Cristo crucificado.
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No ano de 1140 teve lugar possívelmente na chamada "Veiga da Matança", às margens do rio Vez, próximo a Arcos de Valdevez, quando D.Afonso Henriques, após a vitória na batalha de Ourique, rompeu a paz de Tui e invadiu a Galiza. Em resposta, as forças de Afonso VII rei de Leão e Castela entraram em terras portuguesas, arrasando os castelos à sua passagem, descendo as montanhas do Suajo em direção a Valdevez.
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Para evitar a batalha campal, foram selecionados os melhores cavaleiros de ambos os lados, um deles era Gonçalo Mendes da Maia, para lutarem entre si numa justa, conforme o uso na Idade Média. A sorte das armas pendeu para o lado português, tendo os cavaleiros leoneses ficado detidos, conforme o código da cavalaria medieval. Este episódio ficou conhecido como o Torneio de Arcos de Valdevez.
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Numa noite sem luar, cercava o exército de D. Afonso Henriques a fortaleza de Óbidos onde os mouros resistiam já há cerca de dois meses. D. Afonso Henriques e Gonçalo Mendes da Maia, tinham idealizado a estratégia para o assalto ao castelo.Dormia já o Lidador quando foi acordado por uma voz de mulher que lhe pedia para ser conduzida à tenda do rei de Portugal. Desta conversa resultou que a tomada do castelo de Óbidos se efectuasse por uma porta, que foi aberta e os cavaleiros portugueses entraram e tomaram facilmente conta do castelo.
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Este episódio, que se diz ser uma lenda, ficou conhecida como A Lenda da Porta da Traição.
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Num dia longínquo de 1170, Gonçalo Mendes da Maia, decidiu celebrar os seus 95 anos com um ataque ao famoso mouro Almoleimar. Da cidade de Beja saiu o Lidador naquela manhã com trinta cavaleiros fidalgos e trezentos homens de armas, sabendo de antemão que o exército de Almoleimar era muitas vezes superior. O encontro deu-se e frente a frente mediam-se a destreza e perícia árabes, invocando Allah, e a rudeza e força cristãs, clamando por Santiago. A batalha começou e ambos os exércitos se debateram com coragem, até que num dado momento Gonçalo Mendes e Almoleimar cruzaram espadas em cima dos seus cavalos.
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Um dos vários golpes desferidos atingiu Gonçalo Mendes que, mesmo ferido, atacou com raiva Almoleimar, que ripostou. O resultado foram dois golpes fatais, um dos quais matou o mouro e outro que deixou Gonçalo Mendes Maia ferido de morte. A luta continuou mas mais um golpe dado por um mouro, o Lidador caiu morto na terra juncada de mais de mil corpos inimigos. Um sacerdote templário disse em voz baixa as palavras do Livro da Sabedoria: "As almas dos justos estão na mão de Deus e não os afligirá o tormento da morte".

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