Num dia longínquo de 1170, Gonçalo Mendes da Maia, decidiu celebrar os seus 95 anos com um ataque ao famoso mouro Almoleimar.
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Da cidade de Beja saiu o Lidador naquela manhã com trinta cavaleiros fidalgos e trezentos homens de armas, sabendo de antemão que o exército de Almoleimar era muitas vezes superior.
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Perto do meio-dia, pararam os cavaleiros para descansar perto de um bosque onde emboscados aguardavam os mouros. A primeira seta feriu de morte um guerreiro português, o que fez com que o exército cristão se pusesse em guarda. Frente a frente se mediam a destreza e perícia árabes, invocando Allah, e a rudeza e força cristãs, clamando por Santiago.
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A batalha começou e ambos os exércitos se debateram com coragem, até que num dado momento Gonçalo Mendes e Almoleimar cruzaram espadas em cima dos seus cavalos.
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- Brando é o teu escudo, velho infiel; mais bem temperado é o metal do meu arnês. Veremos agora se na tua touca de ferro se embotam os fios dêste alfanje – disse Almoleimar, dando uma risada, e a volteou a cimitarra.
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Um dos vários golpes desferidos atingiu Gonçalo Mendes que, mesmo ferido, atacou com raiva Almoleimar, que ripostou. O fronteiro vacilou, deu um gemido, e os braços ficaram-lhe pendentes: a espada ter-lhe-ia caído no chão, se não estivesse prêsa ao punho do cavaleiro por uma cadeia de ferro. O ginete, sentindo as rédeas frouxas, fugiu um bom pedaço pela campanha, a todo o galope.
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Mas o Lidador tornou a si: um forte puxão nas redeas avisou o ginete de que seu senhor não morrera. À rédea sôlta, lá volta o fronteiro de Beja; escorre-lhe o sangue, envolto em espuma, pelos cantos da bôca: traz os olhos torvos de ira: ai de Almoleimar!
Mas o Lidador tornou a si: um forte puxão nas redeas avisou o ginete de que seu senhor não morrera. À rédea sôlta, lá volta o fronteiro de Beja; escorre-lhe o sangue, envolto em espuma, pelos cantos da bôca: traz os olhos torvos de ira: ai de Almoleimar!
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O resultado foram dois golpes fatais, um dos quais matou o mouro e outro que deixou Gonçalo Mendes Maia ferido de morte.
O resultado foram dois golpes fatais, um dos quais matou o mouro e outro que deixou Gonçalo Mendes Maia ferido de morte.
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O Lidador, moribundo, perseguiu com os seus homens os mouros que debandavam em fuga até que o esforço de um último golpe sobre um cavaleiro árabe lhe agravou os ferimentos.
O Lidador, moribundo, perseguiu com os seus homens os mouros que debandavam em fuga até que o esforço de um último golpe sobre um cavaleiro árabe lhe agravou os ferimentos.
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O Lidador caiu morto na terra juncada de mais de mil corpos inimigos.
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Os cerca de sessenta cristãos sobreviventes celebraram com lágrimas esta última vitória do Lidador. Um sacerdote templário disse em voz baixa as palavras do Livro da Sabedoria: "As almas dos justos estão na mão de Deus e não os afligirá o tormento da morte".
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